Dia
20 de Ches, 5008 da 3ª Era
Fomos
derrotados por uma criatura em Caliphais, Balasar perdeu seu olho e uma das
pernas, Haink também perdeu uma das pernas, o anão e a elfa estão cansados e
abatidos. Eu estou cansado, durante três dias na estrada até Creyden eu não
pensei muito no combate em si, apenas olhava por cima de meus ombros e esperava
que Bartolomeu viesse atrás de nos e desse um fim no que nós começamos. Ele não
veio, então teríamos de ir até Caliphais logo mais ou logo menos.
Nessa
noite foi que os sonhos voltaram, me lembrei de Greenstone, Baristian e pela
primeira vez, Bartolomeu. No sonho ele e Baristian estavam lado a lado, um com
um corpo pútrido e outro com seus cabelos brancos e minhas mãos disparavam
magias até eu ser sufocado por eles, que caiam sobre mim como sombras negras e
densas. Nessa noite eu acordei soado e com medo, o primeiro turno da guarda era
de Thorin e ele estava preocupado quando me levantei. Durante o resto da noite
eu não dormi, agora enquanto monto guarda próximo a fogueira eu escrevo no
livro, Arthanis me perguntou se eu não iria dormir agora que sua meditação
tinha acabado. Eu dei uma desculpa qualquer e comecei a escrever novamente.
Dia 21 de Ches, 5008
No
segundo dia de viagem, os sonhos me assolaram novamente, dessa vez o primeiro
turno seria de Arthanis, já que Thorin durante nossa viagem contou para ela o
ocorrido na noite anterior. Novamente fui tomado de sonhos vividos de combates,
mas dessa vez meus dedos acordaram formigando, foi assim em todas as outras
vezes que eu mudei, minha magia flui por mim.
Dia 22 de Ches, 5008
Chegamos
em Napheris hoje, pela manhã, espero que a biblioteca seja um local onde minhas
duvidas sobre o que Bartholomeu é sejam sanadas, escrevo isso durante meu
desjejum, atualizarei em breve, sobre essas informações.
Dia 23 de Ches, 5008
Desmaiei
em sono ontem, após duas noites sem dormir eu simplesmente apaguei antes mesmo
de comer aos pés da fogueira, não tive sonhos. Infelizmente eles retornaram
hoje, Bartolomeu e Baristian me atacando e sorrindo. Eu sei que ambos ainda
estão a espreita, um em Caliphais e outro em algum lugar onde seja difícil de
ser achado e fácil entrar no sonho das pessoas. Arthanis e Thorin seguem
preocupados.
Dia 26 de Ches, 5008
Os
sonhos e as noites mal dormidas seguem, os quase desmaios de cansado também,
meu corpo começa a ter ondas onde eu sinto a magia se movendo por ele e indo
até as pontas de meus dedos. Nos sonhos, eu disparo magias de ataque que eu
nunca vi, algo que não conheço, ao chegar em Mahakan preciso falar com o
Arquimago para que ele me esclareça assuntos relativos a elas, assim como
questioná-lo sobre minha vila. Minha mãe segue aparecendo em alguns sonhos, mas
não em todos. Arthanis e Thorin seguem preocupados.
Dia 30 de Ches, 5008.
Meu
turno só dura 4 horas, em pouco tempo, Arthanis vai acordar, e eu vou ter que
ir para o mundo dos pesadelos, mas agora eu já não temo, algo dentro de mim
está crescendo e se tornando mais solido. Coragem? Eu não sei... Mas meu corpo
parece estar mudando pela magia. Meu desejo por vingar-me de Bartolomeu aumenta
a medida que Thorin e Arthanis conversam sobre como será a próxima vez.
Entraremos para matar ou morrer, sem espaços para fugir.
Dia 02 de Tarshakh, 5008.
Os sonhos felizmente
voltaram a permear minhas noites, calmamente agora passo ter mais controle
sobre mim, mas sinto uma energia latente que se desenvolve em mim. Durante o
dia, em que passamos em Hidrofe Lea pude consultar também os livros daqui, e
todas as evidencias me levam a crer que Bartholomeu é um vampiro, ainda
acreditando que suas diversas pistas, como a névoa, causada tipicamente por
vampiros, os lobos nas proximidades de Caliphais e é claro, aquelas criaturas
da prisão. Aprendi que as fraquezas de um vampiro são relacionadas a luz solar,
paralisia devido a estaca de madeira no coração, símbolos sagrados e alho. E
seus poderes são vastos, como o de seduzir criaturas, serem seres imortais
perante o tempo, ficarem sem respirar por mais 1 hora e segundo o que consta
armas comuns não fazem tanto efeito sobre eles. Outro ponto importante, já
fechando o dia de hoje, porque Arthanis e Thorin me apressam para acabar logo
de escrever, Lobisomens, criaturas amaldiçoadas pela licantropia e que são
vistos em noites de lua cheia, também parecem apresentar uma resistência a
armas comuns.
Dia 11 de Tarshakh, 5008.
Chegamos
a Mahakan, pesquisei um pouco em uma biblioteca hoje também, após nos
encontrarmos com Balasar, que por sinal parece menos abatido do que a ultima
vez que o vi, talvez tenha sido impressão minha, mas eu acho que vi algo nos
olhos do draconato, como uma chama, talvez ele esteja tão ávido por vingança
quanto Thorin, Arthanis e eu, os artigos e livros encontrados falam as mesmas
informações sobre vampiros e Lobisomens.
Dia 12 de Tarshakh, 5008.
O
arquimago não está em Mahakan e após eu saber disso eu passei o dia com Thorin,
que foi a procura de ferreiros para observar o método como cada um deles molda
suas armaduras, o anão se demora perto de armaduras e descreve os sulcos que a
armadura tem ou em seus relevos e fala com um brilho no olhar descrevendo quais
processos de fabricação o metal passou, descrevendo métodos de resfriamento, eu
balanço com a cabeça e rio, mesmo sem entender, durante o almoço nós contamos
um pouco sobre nosso passado, eu revelo a ele um pouco sobre minha infância e
ele me fala de Vikistra e logo após de Adbar, uma vila de um continente
distante, onde era muito difícil de se chegar e me conta alguns feitos em sua
terra, acredito que tenhamos conversado por horas, mas no final da tarde fomos
expulsos porque o anão me contava a historia empolgado e sobe na mesa, com seu
martelo em punhos, após sermos expulsos nós vamos até a estalagem onde
estávamos rindo da cara do taberneiro e o medo que ele expressava ao ver o anão
em cima da mesa.
Dia 13 de Tarshakh, 5008.
Balasar
já estava treinando há alguns dias, seu equilíbrio melhorou bastante e seu olho
parece não fazer uma falta terrível em sua feição, deixa-o com um aspecto mais
bruto e bem mais intimidador, Balasar é como sempre bem comedido em suas
palavras, calmo como um monge deve ser, há alguns dias ele vinha treinando,
afinal ele chegou a Mahakan antes de nós, durante o dia de hoje eu ajudei-o a
treinar, depois de saber que seria difícil o arquimago retornar, ajudei-o com
magias e tentando com as mão mágicas derrubar coisas em seu ponto cego e em sua
perna cortada. Na pausa do almoço Balasar me contou sobre como isso lembrava
ele de seu antigo monastério, na cidade de Thava, onde em alguns dias ele
treinava até o almoço e após a refeição treinava até estar exausto, depois
disso ele me conta sobre a crença no toril e como ele divide o mundo em plano
material e espiritual e me diz sobre como eram majestosas as estatuas de
dragões dourados que seguravam eles em sua vila.
Dia 14 de Tarshakh, 5008.
Hoje
eu ainda não havia decidido o que fazer em relação a esperar o Arquimago ou
procurar outro para me auxiliar ou me guiar em direção sobre o que houve em
minha vila, vou pesquisar sobre o que consigo encontrar nas bibliotecas, mas
deixei isso amanha, hoje eu resolvi seguir com a integrante da Companhia do
Dragão que eu não tinha conversado tanto ainda, depois de passar um dia com
Thorin e outro com Balasar, achei que deveria ir com Arthanis e tentar auxiliar
no seu treinamento com arco e com Gaule, a ursa as vezes me assusta, mas perto
de Arthanis parece ser dócil e bem mansa.
No
período da manhã, enquanto mira flechas em minhas mãos mágicas que eu movo de
um lado a outro, Arthanis me conta um pouco sobre como aprendeu o idioma Orc e
Goblin, o que me deixa surpreso, me conta sobre seu ódio contra drows e gnomos
das profundezas e sobre a beleza de sua vila em Hullagh, como as tardes eram
generosas em suas belezas, como as festas eram alegres no sorriso de seus
conterrâneos, e a historia dela parou ai e ao recordar ela se calou, treinamos
durante a tarde, novamente com mãos mágicas se movendo de um lado a outro, e em
seus olhos eu via a chama que ardia dentro dela e ela conseguia acertar as mãos
com uma rapidez que eu não havia visto antes, as mãos também tentaram tocá-la e
poucas vezes conseguiram, ela imaginava drows, foi o que ela me disse quando
voltávamos para a estalagem, porque não ousei perguntar nada durante o treino
da tarde e ela tão pouco falou.
Dia 24 de Tarshakh, 5008.
Desisti
de esperar pelo Arquimago, comecei a sondar pessoas sobre quais magos poderosos
e sábios poderiam haver em Mahakan. Me contaram sobre alguns e acredito que amanha
vou começar minha busca por eles nessa cidade gigante, espero ter sorte de
conseguir alguém que saiba de algo.
Dia 25 de Tarshakh, 5008.
Algo estranho aconteceu
hoje, estava voltando após ter falado com alguns magos que não puderam me
ajudar e pouco antes de chegar até aqui, nessa hora tardia uma figura
desengonçada e meio humanóide, parecia estar se equilibrando nos telhados para
permanecer em pé, o que me chamou a atenção foi a capa que balançava ao vento,
mas um instante depois ele pulou para outro telhado desaparecendo na escuridão,
Mahakan é uma cidade estranha.
Dia 26 de Tarshakh, 5008.
Consegui
uma pista, um homem chamado Dhulan era um mago respeitado apesar de ter uma
fama de ganancioso, fui até sua casa e lhe perguntei a respeito de Greenstone,
ele me diz que irá recolher o material e para que eu apareça lá amanha, acho
que dessa vez conseguirei algo...
Dia 27 de Tarshakh, 5008.
Dhulan
diz que só pode me passar a informação se eu der a ele uma erva encontrada em
DollBereth, lembro vagamente de Thorin dizer que tinha pendências na floresta e
apesar de meus receios, vou até lá, ele me entrega um anel e eu o coloco,
sentindo minha mão e braço formigarem ao seu toque no mesmo instante, mas nada
disso importou muito quando ele finalmente me revela alguns detalhes sobre o
passado, me fala sobre a cidade dos Sissa, Rasiul, que eu descubro o nome, mas
que já sei o motivo, outra foi um evento próximo a Theogonia, uma cidade
destruída por um de meus conhecidos Baristian, que lançou sobre si uma magia
que acabou o “matando”, mesmo eu sabendo que de alguma forma seu espírito vaga,
um calafrio percorreu minha espinha quando o nome mago foi mencionado, a perola
pareceu queimar dentro de minhas vestes a ouvir o nome do antigo mestre.
Greenstone parece estar relacionado a um grande poder mágico ou a um ritual, eu
preciso voltar a minha antiga vila.
Antes
que eu saísse Dhulan diz o efeito do anel, diz que em 6 meses ele irá dominar
completamente meu corpo, caso eu não traga de volta a erva e que assim que eu o
fizer estarei liberto de minha parte no acordo.
Anotação preciosa: Dhulan apesar de útil é
perigoso, não confiar nele em outras ocasiões.
Dia 01 de Mirtul, 5008.
Estamos
nos preparando para voltar a Caliphais, durante esses dias pude ler novamente
sobre vampiros e o grupo discuti de qual forma poderemos enfrentar o terrível
Bartholomeu, a ansiedade do combate me faz sonhar sonhos em que lanço magias
que o ferem, cada um de nós sente que essa será uma batalha a ser lembrada.
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