segunda-feira, 16 de julho de 2018

Registros da bíblioteca de Creydem

Os Sissa eram um antigo clã que vivia próximo a montanhas (não se sabe desde quando habitavam aquelas terras). Eles nunca foram exatamente extraordinários e muito menos famosos. Porém isso foi mudado quando Alferun Sissa, protetor do clã, adquiriu grande poder e salvou seu povo de um terrível inverno jamais visto.
Décadas se passaram e os Sissa se tornaram grandes, parecia que todos os que nasciam naquela família eram abençoados com a habilidade arcana. Mas o destino foi traiçoeiro. Um antigo vampiro eremita reuniu um exército das criaturas das trevas mais sanguinárias, e atacou o vilarejo. Dizem que o líder da família, Olinad Ikaz Sissa, convocou uma tempestade de ira sobre os vampiros e no fim, foi pego por sua própria magia. Hoje, onde um dia foi o império mágico dos Sissa (os registros datam do ano 4798 3ªE), restou apenas uma cratera no chão para lembrar a todos que, mesmo grandes poderes não são garantia nenhuma de eternidade.
Três anos pós a grande queda dos membros do clã Sissa, membros de Caliphais, uma cidade próxima, resolvem iniciar uma expedição afim de reaver antigos tesouros possivelmente enterrados sobre a terra e coletar informações sobre o que aconteceu lá de fato. A família Roucheford designou um grupo de mineiros para ir ao local e ver o que encontravam.
Após a chegada do grupo, as coisas mudaram. Foi encontrado na região, e apenas isso, um metal de propriedades diferenciadas, ele era extremamente leve e possuía uma forte resistência. Quando notificado, o Líder da Família Rouchefor, Astolfo, reclamou o material para si e ordenou que fosse trazido e usado em seu reino. E assim foi feito. Após explorarem a cratera, retiraram o material deixando nada para trás.
Durante o acontecido, os membros do grupo de mineração tiveram muitos problemas, pois estavam sempre cansados e discutindo entre si. Alguns até chegaram a brigar durante o processo. Para os que estavam lá, a terra ficou conhecida como cratera do desentendimento, pois parecia que qualquer um ali estaria inclinado a desavenças e a combater. Outros mais crentes, dizem que os demônios influenciavam na terra. Relatam sussurros a noite e muitos dos que foram àquela cratera nunca mais foram os mesmos.
Após os acontecimentos e de não conseguirem forjar o material, uma cidade outrora bela e em ascensão, se tornou um local mais sombrio e os Rocheford se tornaram uma família de punho de ferro, parecia que todo e qualquer problema era marcado por conflitos, dentro e fora dos murros da cidade. O material foi deixado na residência real e começou o que ficou conhecido por todos como a Era das Sombras da Família Rochefor, seu único legado se tornou guerras e batalhas.

Ano 4919 – Nasce Bartolomeu. Filho de Baltasar e tataraneto de Astolfo, sendo assim a 7º geração dos Rocheford. Ele nasceu branco, de olhos vermelhos e cabelos brancos como a neve. O Nascimento de Bartolomeu marcou também o que foi o colapso da cidade.

Ano 4935 – Já faz mais de 1 ano que uma densa névoa se formou em volta do castelo de Baltasar. Parece que vento nenhum consegue dissipa-la.

Ano 4936 – No último ano houve um aumento considerável de lobos na região de Caliphais. Eles estão saindo da floresta por algum motivo. De certo mais explorações na região da Cratera do Desentendimento. Também há relatos de infestações de ratos e morcegos em toda a parte na cidade. Não sei como conseguem viver desta maneira.

Ano 4951 – Bartolomeu herda o comando da cidade aos 30 anos. Ele inicia novamente as pesquisas de seu antecessor e decide tentar mais uma vez moldar o metal que foi chamado de Ferro Estigio, recrutando ferreiros.

Ano 4954 – Após a falta de sucesso na forja do Ferro Estigio, iniciou o que foi chamado por todos que ouviram a história de Amanhecer Carmesim. Bartolomeu começou a punir quaisquer crimes, por mais levianos que fossem, com morte. Quem era sentenciado era preso em uma estaca, sofria vários cortes no corpo e era deixado sangrando acima de um jarro até morrer e não ter mais sangue algum.
Todo os jarros eram levados para dentro do castelo e muitos diziam que usavam o sangue das pessoas assassinadas para regar as plantações. Diziam também que era a única bebida que conseguia matar a sede de Bartolomeu, mas isso nunca foi confirmado de fato. Talvez seja uma analogia ao sadismo do duque, de que só a morte de outros o satisfaz. A verdade era que ninguém sabia o que acontecia com o sangue.

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