Os Sissa eram um
antigo clã que vivia próximo a montanhas (não se sabe desde quando habitavam
aquelas terras). Eles nunca foram exatamente extraordinários e muito menos
famosos. Porém isso foi mudado quando Alferun Sissa, protetor do clã, adquiriu
grande poder e salvou seu povo de um terrível inverno jamais visto.
Décadas se
passaram e os Sissa se tornaram grandes, parecia que todos os que nasciam
naquela família eram abençoados com a habilidade arcana. Mas o destino foi traiçoeiro. Um antigo vampiro eremita reuniu
um exército das criaturas das trevas mais sanguinárias, e atacou o vilarejo. Dizem
que o líder da família, Olinad Ikaz Sissa, convocou uma tempestade de ira sobre
os vampiros e no fim, foi pego por sua própria magia. Hoje, onde um dia foi o
império mágico dos Sissa (os registros datam do ano 4798 3ªE), restou apenas
uma cratera no chão para lembrar a todos que, mesmo grandes poderes não são
garantia nenhuma de eternidade.
Três anos pós a
grande queda dos membros do clã Sissa, membros de Caliphais, uma cidade
próxima, resolvem iniciar uma expedição afim de reaver antigos tesouros
possivelmente enterrados sobre a terra e coletar informações sobre o que
aconteceu lá de fato. A família Roucheford designou um grupo de mineiros para
ir ao local e ver o que encontravam.
Após a chegada do
grupo, as coisas mudaram. Foi encontrado na região, e apenas isso, um metal de
propriedades diferenciadas, ele era extremamente leve e possuía uma forte
resistência. Quando notificado, o Líder da Família Rouchefor, Astolfo, reclamou
o material para si e ordenou que fosse trazido e usado em seu reino. E assim
foi feito. Após explorarem a cratera, retiraram o material deixando nada para
trás.
Durante o
acontecido, os membros do grupo de mineração tiveram muitos problemas, pois
estavam sempre cansados e discutindo entre si. Alguns até chegaram a brigar
durante o processo. Para os que estavam lá, a terra ficou conhecida como
cratera do desentendimento, pois parecia que qualquer um ali estaria inclinado
a desavenças e a combater. Outros mais crentes, dizem que os demônios
influenciavam na terra. Relatam sussurros a noite e muitos dos que foram àquela
cratera nunca mais foram os mesmos.
Após os
acontecimentos e de não conseguirem forjar o material, uma cidade outrora bela
e em ascensão, se tornou um local mais sombrio e os Rocheford se tornaram uma
família de punho de ferro, parecia que todo e qualquer problema era marcado por
conflitos, dentro e fora dos murros da cidade. O material foi deixado na
residência real e começou o que ficou conhecido por todos como a Era das
Sombras da Família Rochefor, seu único legado se tornou guerras e batalhas.
Ano 4919 – Nasce Bartolomeu.
Filho de Baltasar e tataraneto de Astolfo, sendo assim a 7º geração dos
Rocheford. Ele nasceu
branco, de olhos vermelhos e cabelos brancos como a neve. O Nascimento de Bartolomeu marcou
também o que foi o colapso da cidade.
Ano
4935 – Já faz mais de 1 ano que uma densa névoa se formou em volta do castelo
de Baltasar. Parece que vento nenhum consegue dissipa-la.
Ano
4936 – No último ano houve um aumento considerável de lobos na região de
Caliphais. Eles estão saindo da floresta por algum motivo. De certo mais
explorações na região da Cratera do Desentendimento. Também há relatos de infestações
de ratos e morcegos em toda a parte na cidade. Não sei como conseguem viver
desta maneira.
Ano
4951 – Bartolomeu herda o comando da cidade aos 30 anos. Ele inicia novamente
as pesquisas de seu antecessor e decide tentar mais uma vez moldar o metal que
foi chamado de Ferro Estigio, recrutando ferreiros.
Ano
4954 – Após a falta de sucesso na forja do Ferro Estigio, iniciou o que foi
chamado por todos que ouviram a história de Amanhecer Carmesim. Bartolomeu
começou a punir quaisquer crimes, por mais levianos que fossem, com morte. Quem
era sentenciado era preso em uma estaca, sofria vários cortes no corpo e era
deixado sangrando acima de um jarro até morrer e não ter mais sangue algum.
Todo
os jarros eram levados para dentro do castelo e muitos diziam que usavam o
sangue das pessoas assassinadas para regar as plantações. Diziam também que era
a única bebida que conseguia matar a sede de Bartolomeu, mas isso nunca foi
confirmado de fato. Talvez seja uma analogia ao sadismo do duque, de que só a
morte de outros o satisfaz. A verdade era que ninguém sabia o que acontecia com
o sangue.
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