quarta-feira, 10 de março de 2021

Lhoris Ilphelkiir

 

Lhoris Ilphelkiir - Meio Elfo do Sol

Guerreiro

Filho do Elfo Inwë e da Humana Silith.

Após o nascimento de sua filha Melinyes o Rei Galinndan preocupado com a segurança do seu reino coloca o seu irmão Inwë como o responsável pela proteção. Inwë cavalgava diariamente verificando as fronteiras.

Passados muitos anos, em uma das suas expedições, ele vê uma bela moça humana, tão bela que era difícil de acreditar que ela não era Elfa. Tinha uma voz que ecoava lindos cânticos élficos por toda a colina.

Inwë começou a observá-la de longe todos os dias. Certo dia, por descuido, ele se aproximou muito e ela o viu. Eles começaram a se encontrar e o amor como um botão da mais linda flor surgiu. Desse amor, nasceu um lindo menino de cabelos escuros como a mãe e lindos olhos azuis como o pai.

O menino ganhou o nome de Lhoris em homenagem aos grandes elfos do passado.

Lhoris cresceu e se tornou um guerreiro como seu pai, Inwë sempre ensinava-o a portar os mais diversos tipos de armas e armaduras. Mas ele sempre preferiu usar a espada nos treinos.

Tempos sombrios se aproximavam da terra de Hendulyar. Inwë que mantinha a sua família em segredo revelou ao rei a sua existência e o quanto Lhoris era habilidoso no combate. Galinndan mesmo contrariado aceitou a sugestão do irmão e colocou Lhoris para combater contra a Deusa Lolth junto aos demais agrupamentos élficos.

Galinndan e sua Esposa Adriel já haviam protegido Melinyes e a pedra do Sol antes da chegada de Lolth e mesmo com toda a força e destreza, o exército de Galinndan não teve chances contra a Deusa aranha.

Pouco antes de morrer Galinndan vê a sua esposa caída ao seu lado e ao longe vê seu sobrinho lutando bravamente, com um ultimo esforço o chama e pede para que ele deixe o reino e procure por Melinyes para a proteger dos terríveis maus que a seguirão e diz a frase escrita no colar junto da pedra do Sol. Assim Lhoris e Melinyes se reconheceriam.  

Lhoris houve e obedece o rei, porém antes de partir procura por seu pai, mas o encontra morto junto de sua mãe. E assim começa a busca por sua prima Melinyes nas mais diversas terras. 

terça-feira, 2 de março de 2021

Ovos de Flamingo. O dia em que Ricard, Melinyes, Hardek e Velimir se conheceram.




Ovos de Flamingo são considerados exóticos e muitas raças o utilizam como alimento quando há ovos disponíveis. Ovos de Flamingo são caros, por isso há muitos caçadores de ovos que acabam roubando os ovos dos pais Flamingos em busca da riqueza.

Um desses caçadores de ovos se chamava Gildeon, era um humano carrancudo que apesar de vender ovos a vida toda, tinha uma vida miserável. 

Gildeon partiu em busca dos ovos, os pais Flamingos apesar de amigáveis são agressivos na defesa do ninho, mas isso não era problema para Gildeon, já que ele tinha muita experiência. 

Na última caçada, Gildeon conseguiu cerca de 57 ovos, era o tanto que ele podia carregar, então ele pensava “consegui uma bela caçada”. Mas 3 ovos, apesar de serem apenas ovos, decidiram fugir.

Quando Gildeon estava na metade do caminho, os ovos escorregaram e saíram rolando. Gildeon estava tão feliz que não percebeu.

Esses ovos, por alguma benção divina, não encontraram obstáculo no caminho, mas devido ao atrito do chão, eles não conseguiram rolar para sempre, perdendo a velocidade e parando no meio do caminho.

Eles estavam juntinhos, mas mesmo assim, aquela noite fez muito frio e eles quase morreram.

Na manhã seguinte, um alegre fazendeiro estava caminhando, ele produzia mel e estava indo para as colmeias. No caminho ele reparou de longe 3 ovos tímidos que reluziam a luz do orvalho. Os pegou e guardou em sua bolsa.

Adalberto era o seu nome. Adalberto era conhecido por produzir o mais delicioso Hidromel de toda região. Além disso, ele e sua esposa produziam biscoitos de favo de mel, vendia mel puro, bolo de mel, pão de mel. E a sua fazenda estava sempre cheia de turistas, aventureiros em busca de suas iguarias.

Ao voltar para casa com o mel, mostrou os ovos para sua esposa Gigi, ele pensou que ela poderia fazer um delicioso omelete, mas quando Gigi os viu se apiedou, não eram ovos de galinha ou pato. Ela
decidiu choca-los e desde o momento que colocou os olhos neles, ela os amou. 

Depois de uns 20 dias eles chocaram e eram pássaros que Adalberto e Gigi nunca tinham visto. Gigi percebeu que eles gostavam de agua e os colocou em um laguinho, lá eles ficaram felizes e brincavam todos os dias. Tornaram-se uma atração para quem tivesse tempo de observar o lago.

Aproximadamente 30 dias depois dos ovos chocarem, um humano e um anão estavam em busca do melhor hidromel da região. Eles se chamavam Ricard e Hardek. Hardek o anão, veio o tempo todo dizendo que cerveja era melhor que Hidromel e Ricard discordando e eles tinham caminhado cerca de 25 dias para tirar a prova.

Nesse mesmo dia, uma Elfa, ao ouvir falar em um lugar que fazia biscoitos de favo de mel também estava indo para a fazenda de Adalberto. Mas ao passar pelo lago ela para e começa a observar aqueles estranhos pássaros. Eles eram desengonçados, cinzas, e estavam disputando um peixinho que nadava por entre suas longas patinhas. Eram tão desengonçados que caíam e tropeçavam uns nos outros e começou a rir do seu jeito engraçado.

A sua risada chamou a atenção de um humano que passava por ali e ele também começou a observar. A Elfa percebe a aproximação e pergunta:

- Você sabe que pássaros são esses?

O humano encabulado, se surpreende com a pergunta e responde:

- Nunca vi pássaros iguais a esses.

Nisso Hardek e Ricard que já estavam com as bocas secas sentindo o sabor imaginário do Hidromel se aproximam. Hardek ouve a conversa e se intromete falando:

- São patos. Dá pra ver que são simples patos. Vocês estão perdendo tempo com patos? Vamos o Hidromel nos aguarda!

Velimir e Melinyes se olham sem entender, pois se tinham certeza de algo na vida é que aqueles pássaros não eram patos, mas seguem aquele estranho anão. Melinyes não queria Hidromel, queria biscoitos, e Velimir queria apenas estudar o porquê daquele mel ser tão especial, mas todos no final acabaram provando o Hidromel por insistência do Anão.


Para ter referência do jeitinho dos filhotes de flamingo, assista esse vídeo.

História da Lua de Sangue

 


Eryn criança e sua avó paterna Althaea conversando.


Althaea está contando para Eryn sobre as fases da Lua.

-A primeira lua do ano é chamada de Lua Azul, ela não tem coloração diferente, mas é chamada assim, pois representa a esperança de um recomeço a esperança que nasce em todas as criaturas quando um ano se inicia.

Quando o ano está exatamente na metade, a Terra fica mais próxima da Lua. Os nossos amigos, os Elfos da Lua ficam mais poderosos. Essa Lua cheia, nós chamamos de Super Lua.

Eryn:

-Vovó, quem são os Elfos da Lua? Como eles são?

São lindos e graciosos. Espero que um dia eu possa levá-la para conhecê-los. Faz muito tempo que não os vejo, mas uma vez eu fui até um reino de Elfos da Lua e era durante um festival. 

Todo ano, no final do ano, eles fazem um festival para homenagear a Lua. É emocionante.

Eryn fica admirada com os olhinhos na Lua imaginando como seria esse festival.

Althaea de repente, ao ver Eryn sonhadora, com rigidez na voz fala:

- Mas preste muito a atenção na história que vou te contar agora.

Eryn enrijece e a olha com os olhos bem abertos.

- De tempos em tempos, a Lua, o Sol e a Terra se alinham. Quando a Lua cobre o Sol os Elfos ficam tristes, se entristecem, mas ficam fortes. A Lua e o Sol unidos. Mas, quando a Terra cobre a luz solar que incide sob a Lua, todos os Elfos se sentem mais fracos. É só por alguns instantes, porém nesses instantes o poder da Lua é totalmente ocultado, é o Eclipse Lunar.

“Há muito tempo, durante as guerras de Sehanine contra Lolth, Elfos e Drows lutaram. Foi uma luta tão sangrenta que o sangue cobriu toda a paisagem. Lolth havia criado o Eclipse Lunar* para tirar os poderes de Sehanine. Durante o Eclipse Lunar, o sangue de Elfos inocentes que cobria a terra refletiu na Lua e ela se tornou vermelha. A Lua de Sangue. 

Os Elfos estavam fracos e sem esperança, entretanto, nesse momento aparecem muitos Eladrins, enviados por Corellon, para o auxílio dos Elfos. Foi por pouco, muito pouco, mas Eladrins e Elfos unidos venceram os Drows”. 

*Nesse mesmo momento, em outro lugar do mundo, Gallindan e seu irmão são atacados pelo Fomorian. 


Eryn, a cada 360 anos, a Super Lua e a Lua de Sangue coincidem. Quando esse dia chegar, algo grandioso ou catastrófico poderá acontecer. Prometa-me que tomará cuidado. 

- Eu prometo vovó!

Nisso um sorriso aparece no rosto de Althaea e ela abraça Eryn. Agora chega de histórias, vamos comer um biscoito de favos de mel e tomar um chá de frutas vermelhas. 


Lendas Melinyes


 As princesas e príncipes do Reino de Hendulyar aprendiam desde muito jovens a caçar, lutar e a viver em harmonia com a natureza, trabalhar com metais, escultura, música e outras artes.

Quando Eryn nasceu, o reino já estava há muito tempo sem príncipes ou princesas, de uma forma que um pouco da tradição se perdeu. Adriel era muito zelosa e tinha medo que algo acontecesse com a sua pequena princesa, por isso cuidava para que ela ficasse a maior parte do tempo estudando história, aprendendo a fiar, bordar, tocar cravo e se especializando na arte da cura.

 Seu pai, Gallindan, não concordava com Adriel, pois ambos sabiam que haviam muitos perigos no futuro de Eryn, por isso ele a ensinava o manejo com espadas e arcos, ensinava sobre as guerras e batalhas. Gallindan ensinava Eryn a preservar a vida.

Eryn aprendia tudo o que lhe ensinavam, mas o que ela mais gostava era de ficar ouvindo as histórias contadas pela sua avó.

A lenda da Aiwë Luin

A Aiwë Luin não deve ser abatida e é comumente respeitada pelos Elfos como ave protetora das florestas de Carvalho. Conta a lenda que, uma certa Aiwë Luin negra, dormia num galho de carvalho e foi acordada pelo som dos golpes de um machado. Assustada, voou para as nuvens, para não presenciar a cena do extermínio do carvalho.

Lá no céu, ouviu uma voz pedindo para que ela retornasse para os carvalhos, pois assim ela seria vestida de azul celeste e passaria a protege-los e a planta-los. A Aiwë Luin aceitou então a missão e foi totalmente coberta por penas azuis. Retornou então aos carvalhos e passou a espalhar a semente, conforme o desejo divino. Quem mata uma Aiwë Luin sofre os castigos dos deuses e se transforma numa nova Aiwë Luin.

Conta a lenda que uma velha praticava muitas maldades contra os aldeões. Os aldeões, cansados de tanta crueldade, resolveram tomar uma atitude.

Um feiticeiro negro, revoltado com suas injustiças, lançou um feitiço na velha, ela foi transformada em porca. Segundo dizem, a sina dela é andar fuçando com o focinho no chão a procura de um anel enterrado, quando encontrar esse anel, quebrará o feitiço e voltará a ser o que era.

Há uma lenda de uma arvore que produz a flor do duende. Essa árvore só aparece quando há um perigo eminente. As flores de duende indicam o local aonde está guardada a Mormacil, conhecida pelos elfos como a espada negra. Essa espada só pode ser empunhada pelo elfo de mais puro coração e é capaz de derrotar qualquer mal. 

Às vezes, quando a flor de duende aparece, durante a madrugada, as flores se unem e se transformam em uma belíssima mulher com um vestido longo de seda e com cabelos dourados refletindo o luz e voando pelos ares, uma deusa que auxilia na busca pela espada.

Sua avó contava muitas histórias. A história que Eryn mais gostava era a história do Guerreiro e sua luta com o Beholder.

Havia um jovem elfo chamado Qildor ele estava treinando para ser o mais poderoso guerreiro da sua vila, mas ele era arrogante e mesquinho.

Certo dia Qildor estava caminhando pela vila quando viu Cirfin treinando com uma pequena espada de madeira. Cirfin era habilidoso, mas por um descuido tropeçou e caiu aos pés de Qildor. 

- Ora, ora se não é o filho de porcos aos meus pés! Disse Qildor com desdém.

Cirfin era filho do criador de porcos da vila, e devido o seu nariz arredondado todos diziam que ele era filho dos porcos. 

Cirfin se levantou e continuou o seu treino ignorando o insulto. Qildor que não gostava de ser ignorado puxou sua espada e disse:

- Se achas que és um guerreiro, venha e lute comigo.

Ao que Cirfin respondeu:

- Essa luta não seria justa, a minha espada é de madeira e a sua é de aço. Pegue essa espada de madeira e lutaremos em igualdade.

Qildor não se rebaixaria. Por isso, ao invés de lutar com Cirfin com a espada de madeira, ele propôs que os dois fossem em busca da mais perigosa criatura, o Beholder, e quem o derrotasse seria o vencedor.

Na manha seguinte os dois partiram para o lado mais sombrio da floresta, onde, segundo os boatos vivia o Beholder. 

Naquela região da floresta não se ouviam nem pássaros e nem barulhos de outros animais.

Os dois caminhavam atentos, mas não perceberam que o Beholder se aproximava. De repente, ouviram uma voz:

- O que estão fazendo na minha floresta?

Os guerreiros pularam de susto, mas Qildor se recompôs e disse:

- Eu vim mata-lo! E sacou a sua espada.

Cirfin, que ao aceitar o desafio sequer sabia o que era exatamente um Beholder, ficou extremamente assustado, mas conseguiu dizer:

- Vim para derrota-lo mestre de todos os olhos.

- Pois bem, diz o Beholder. Qildor o ataca, porém num piscar de olhos, o guerreiro fica paralisado, congelado pelo olho do Beholder.

Cirfin ao ver Qildor paralisado se sacrifica lançando-se contra a criatura e ficando a sua espada de madeira no olho do Beholder. O Beholder cai com um baque mudo no chão, duro feito uma pedra. Mas já é tarde, antes do ataque, o Beholder havia usado o raio desintegrador. Cirfin se desintegrou.

Qildor se recompõe e volta para o vilarejo, sem esquecer a atitude heroica de Cirfin. Ele volta a treinar e se transforma no guerreiro que tanto almejava, mas agora não era mais arrogante e mesquinho, pois jamais pensaria que seria salvo pelo filho dos porcos.


O Pedaço de Carvão

 

Pouco antes de Eryn nascer, Galinndan estava meditando e sentiu uma forte corrente de vento que balançou suas vestes, como se alguma porta ou janela do castelo tivesse sido aberta durante uma tempestade. Abriu os olhos e viu que lá fora o sol brilhava forte e não havia vento algum. Nesse instante, sentiu um arrepio percorrer todo o seu corpo e uma voz em sua mente lhe disse:

- Você fez mal ao prometer algo que não poderá cumprir. Você, ao prometer a pedra do Sol a Lolth, amaldiçoou o seu reino e condenou a filha que está para nascer. Apesar de tudo, não te preocupes, ela nascerá forte e saudável no dia em que a Lua estiver no seu ponto mais alto e brilhante. A abençoarei com cabelos negros e a pele prateada, quase branca, como a minha, assim ela não será reconhecida como sua filha. Em troca, você precisará viajar até o meio da Floresta de Iaur Faradrim com a Pedra do Sol, aonde encontrará alguém que o estará esperando, e assim, somente assim,  haverá uma chance...

Galinndan não ouviu o final da mensagem, um de seus guardas o sacudia com preocupação. Ele percebeu que estava caído, como se tivesse desmaiado.

- Perdoe-me majestade, achei que tivesse sido atacado por alguma sombra que tenha passado despercebida pelos meus olhos.

- Deixe de bobagem. Respondeu com austeridade. Preciso que organize uma comitiva com 3 dos melhores guardas e sele o meu cavalo, partiremos em 2 horas.

E foi assim, que Gallindan partiu para o meio da Floresta.

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Durante anos, na aldeia chamada Heimdallr, uma história era contada, era a história de uma bruxa imortal que vivia no meio da Floresta de Iaur Faradrim. A história dizia que essa bruxa concedia desejos e tornava quem a encontrasse também imortal como ela. Alguns bravos guerreiros saíram em busca dessa bruxa, mas a maioria não retornava, e os poucos que encontravam o caminho de casa voltavam sem lembrar sequer do dia em que saíram. Aos poucos a história foi sendo deixada de lado e cada vez menos guerreiros se aventuravam pela floresta. Apesar disso, todos a conheciam como a Bruxa  Linyenwa (velha, imortal).

Ethuil era uma jovem elfa que morava em Heimdallr, ela não conhecia a história da Bruxa Linyenwa, pois a história ainda não havia sido inventada por seu povo. Ethuil sentia uma forte atração pela floresta e sempre fugia dos seus afazeres para andar pela floresta. Certo dia, ao caminhar distraída, só percebeu que o sol estava se pondo, quando já estava longe demais. Tentou voltar rápido para a aldeia, mas quanto mais caminhava, mais distante parecia estar. Sentou-se cansada e ouviu o som de um riacho e junto ao som do riacho uma voz que cantava em uma língua que não conseguia entender, mas que enchia o seu coração de alegria. Seguiu, como que hipnotizada o som da doce voz e ao levantar os olhos viu uma mulher, a mais linda mulher já vira. Seus cabelos eram prateados e seus olhos azuis. Emitia uma aura brilhante que fazia com que fosse impossível ficar a olhando por mais que alguns segundos.

A mulher falou, e o som era uma melodia. A língua ainda era estranha, mas dessa vez Ethuil entendeu.

“ Meu nome é Titânia, rainha de Feiwild, fique comigo e será grandiosa, terá vida longa. Será a minha aprendiz e em troca você protegerá a Floresta no Mundo Natural. Nada te faltará e terás a magia necessária para derrotar os fortes inimigos que um dia se aproximarão”.

Ethuil não conseguiu recusar, e nesse momento sequer pensou nas implicações que o aceite traria. Passou anos atravessando o Véu dos mundos e aprendendo magia com Titânia. Já haviam se passado mais de mil anos, desde que se perdera na floresta, Ethuil sabia, pois a Floresta envelhecia, mas a sensação era de que haviam se passado somente alguns meses. 

Durante esses anos, muitos aventureiros se aproximavam de sua casa, ela se transformava em velha e com magia os enganava fazendo com que voltassem para a Aldeia. Muitos se perdiam na Floresta e entravam em Feiwild e assim jamais conseguiam voltar. Os que voltavam contaram sua história e foi assim que surgiu a Lenda da Bruxa Linyenwa.

Ethuil praticava sua magia diariamente, ela já havia derrotado muitos monstros que rondavam Feiwild, a grande maioria era de Fomorians. Em uma de suas práticas a Rainha Titânia apareceu, tocou em sua testa e Ethuil em transe viu a aproximação de um Alto Elfo do Sol, usando uma coroa prateada. Era o Rei Galinndan, e em uma caixa o brilho intenso de um objeto mágico. Ethuil saiu do transe e Titânia lhe disse:  “É necessário que você esconda a Pedra do Sol com magia. Transforme-a em algo que passe despercebida e ignorada. Agora preciso ir, pois esse Rei não poderá saber que ainda há um caminho para Feiwild que é o reino de seus antepassados”.

Ao sentir a aproximação da Comitiva do Rei, Ethuil lançou magia nos guardas e os fez andarem em círculos, se perdendo do Rei. Galinndan estava tão distraído com a beleza da Floresta daquela região que não percebeu que cavalgava sozinho e viu ao longe uma simples casa. Ethuil se transformou em velha e o pegou de surpresa ao aparecer do lado de uma arvore que um segundo antes Galinndan observava.

Ethuil disse:

- Sei que carregas em uma caixa um objeto extremamente valioso. Não irei roubá-lo, mas é necessário que ele seja escondido em uma forma que não o identifique e nem denuncie que se trata de tão importante jóia. 

Galinndan desconfiado, mas seguindo as palavras do sonho, entrega a Pedra do Sol e vê nas mãos de Ethuil ela se transformar em um simples pedaço de carvão. Ethuil a coloca em um gargantilha e a devolve para Galinndan.

Ao se despedir, Ethuil em transe e com a voz que Galinndan ouviu em sua mente, fala:

- Fez muito bem Rei Galinndan. Chegará o dia em que você verá sua filha partir e antes lhe entregará essa gargantilha. Nesse dia, vocês se despedirão e você saberá que nunca mais a verá. Nesse dia, o seu coração de pai, irá presenteá-la com uma cota de malha, seu próprio escudo e sua espada e Eryn partirá para proteger a Pedra das mãos de Lolth e junto com a Pedra o destino de todos os seus iguais.

Ethuil saí do transe e sem sequer saber o que houve, fala:

- Minha missão está cumprida majestade, agora o deixo partir e no caminho seus guardas o encontrarão e vocês tem a minha proteção até sair da Floresta.

Galinndan cavalga para casa e em sua mente e no seu coração pesam as palavras ditas por Sehanine através da Bruxa. 


Background Flora

 

Durante uma reunião da sociedade druídica, um jovem casal, um humano e uma elfa são enviados para uma missão, expulsar lobos selvagens que estavam aterrorizando há muitos anos uma floresta próxima a Caliphais. 

Apesar de não conseguirem expulsar os lobos, o casal consegue conte-los e decide fixar morada naquela floresta escura e nebulosa, para evitar que os lobos voltassem a ficar descontrolados.

Depois de alguns anos, o casal tem uma filha, de cabelos vermelhos como os do pai e olhos verdes como os da mãe, e colocam o seu nome de Flora Lis.

Flora Lis, desde criança aprende os ensinamentos druídicos, mas ela nunca conseguiu realizar nem uma magia simples.

O pai, acredita que a filha não consegue manipular as forças da natureza e portanto nunca poderia se tornar uma druida como eles.

Quando Flora completou 12 anos, apareceu um goblin na sua casa.

Esse goblin destruía o jardim, comia flores que sua mãe havia feito crescer, arrancava as telhas do telhado, fazia buracos e jogava a terra pela janela.

Flora não conseguia pega-lo, era muito rápido. Seus pais riam, enquanto a viam correr para lá e para cá atrás do goblin.

Depois de uma semana, cansada de tentar se livrar do goblin, Flora se senta no jardim, pega um pedaço de bolo e começa a comer.

O goblin atraído pelo doce cheiro de bolo de laranja se aproxima devagar e rouba o pedaço de bolo de Flora.

A pequena meia-elfa, já sabe o que fazer, pega a maior cesta que encontra e coloca próximo a janela recheada de bolo de laranja.

O goblin de novo, atraído pelo cheiro vem, derruba a cesta da janela, se senta no chão e começa a se deliciar.

Flora pega a sua adaga para mata-lo, mas seu coração se enche de compaixão, ela não o mata, mas começa a alimenta-lo todos os dias.

O goblin começa a segui-la, parou de destruir o jardim e comer flores. Os dois juntos caminham longas distâncias pela floresta, já a conhecem.

Durante uma desses caminhadas, Flora deseja de todo o coração entender o que o Goblin fala, assim poderia ensiná-lo. 

“Eu queria muito, mas muito te entender!”

- Entender é? Uma voz severa é ouvida, o goblin e a meia-elfa dão um pulo.

Olham para os lados, mas não veem ninguém. De repente, as folhas caídas no chão, levantam voo em forma de redemoinho e aos poucos vão dando forma ao Rei das Fadas.

O majestoso rei das fadas se apresenta como Oberon e diz que fazia muitos e muitos anos que não ouvia um desejo tão sincero e comovente. E surpreende a Flora com uma troca.

- Eu posso fazer com que entenda o que esse pequeno goblin fala, basta que me traga a maior e mais bonita maçã que encontrar nessa floresta.

Os olhos de Flora brilham. O goblin de alguma forma também entendeu, e começa a puxar insistentemente o vestido de Flora e a leva por um caminho desconhecido por ela.

Quando Flora se vira para se despedir, Oberon já havia desaparecido.

Aflito o goblin, que agora não está mais puxando o vestido, corre pelas arvores. A meia-elfa o segue. Os dois chegam e veem um muro. Flora sobe em uma arvore e a vê. Do outro lado do muro há um jardim, esse jardim como a floresta é sem vida e tem apenas mato seco e plantas mortas, mas no meio do jardim há uma macieira com uma única maçã. Bem vermelha. Lá está ela, A Maçã!

Ela sorri e decide pular o muro e vai tranquilamente até a macieira, colhe a única maçã e retorna com sorriso triunfante no rosto!

-Não sei como você conseguiu! Disse o goblin para o espanto de Flora. – La nessa casa mora um vampiro, eu já o vi! Ele deve estar dormindo, se não você morreria e não conseguiria!

Flora continua sem entender, mas olha para as mãos e percebe que a maçã sumiu.

Os dois voltam felizes para a casa.

A partir daquele dia Oberon sempre aparece para a Flora de formas inusitadas, em uma flor, na laranja que ela acabou de descascar, na mancha na parede. E dá a ela muitos presentes. Magia! Um familiar em forma de Sprite.

Seus pais acreditam que enfim Flora tinha conseguido se tornar a Druida que eles tanto desejavam, Flora sabe que não, ela sabe que foi um presente do senhor da floresta. 

Passados 5 anos, Flora, sua Sprite e o goblin estão caminhando pela Floresta fria e escura e percebem que dê repente ela se ilumina. As folhas ficam mais verdes, flores brotam em todas as partes. A neblina some! Parece que a floresta tem vida novamente. 

A Sprite voa rápido pela floresta, volta e diz:

- O mal foi derrotado!

O goblin balança a cabeça concordando.

Nisso Oberon aparece em forma de corpo folhoso (era como a Flora havia nomeado) e diz:

- Se prepare pequena Flora, em breve você partirá em uma missão, em algumas luas você encontrará alguns heróis em Caliphais, eles se auto-denominam companhia do Dragão, quando os ver, diga que foi enviada por Oberon o senhor da Floresta. Espero que não te façam mal. Olha para o Goblin e continua dizendo, Cisco, melhor vir comigo, tenho uma outra missão para você.

Flora se despede do seu amigo em um abraço cheio de lágrimas e vai para a sua casa contar para os seus pais que precisa partir.


Aeghar e Elanor


Dizem que os Elfos são criaturas orgulhosas, chegam até a ser um pouco arrogantes, muitos são prepotentes. Mas também são justos, éticos e honestos. 

Em um reino de elfos da lua vivia Aeghar. Um belo rapaz que acabara de atingir a idade adulta e se tornara guarda real. Aeghar ao contrário dos demais elfos, era humilde e prestativo. Amava a natureza, mas amava muito mais servir a todos que precisassem. Não importava a hora ou o dia, Aeghar estava sempre disponível para ajudar.

Naquele ano, a Senhora da Lua, Kethryllia Valxina e seu marido Owen, ordenaram que todos os preparativos para o festival da Lua se iniciassem mais cedo, pois os Senhores dos Elfos do Sol viriam para o reino prestigiar a Lua Cheia e o festival da lua. 

Durante 2 meses, todos do reino se mantiveram muito ocupados nos preparativos, mas Aeghar se destacou tanto, que chamou a atenção de Owen, que o convidou para participar da mesa de honra.

O festival da lua acontece sempre na última lua cheia do ano, e naquele dia, no primeiro dia de lua cheia, pouco antes do nascer do sol, o reino de repente se ilumina. 

“Olhe! São os elfos do sol!” Uma mãe cochicha silenciosamente para o seu filho.

Todos olham atentos, não é comum, elfos da lua e elfos do sol se unirem.

As trombetas soam em todos os cantos.

A voz do guarda é ouvida.

- Eu vos apresento Naimur Miayarus e Loinir Miayarus, Senhores dos Elfos do Sol. A esposa de Loinir, a Rainha Nera, e a princesa Elanor, do Reino das Cidades Gêmeas.

Todos fazem uma reverência inclusive o Rei Owen que é retribuído com outra referência pelos nobres das Cidades Gêmeas.

Em seguida, Loinir e Naimur abraçam calorosamente, demonstrando que esse não tinha sido o primeiro encontro, mas o primeiro depois de muito tempo entre amigos distantes.

Aeghar vê a princesa Elanor e se admira, nunca havia visto elfos do sol, mas Elanor era muito mais bonita do que a elfa mais bonita de todos os seus sonhos. Ela tinha a pele dourada e cabelos longos e brilhantes como se o próprio sol tivesse dado de presente um pouco do seu brilho. Ela parecia emitir luz própria e ao sorrir Aeghar se sentiu enfeitiçado. Era impossível parar de olhar. 

A princesa o observa atentamente, ele não usa roupas nobres, mas está junto com os outros nobres será um empregado? Até que seus olhos recaem nos olhos de Aeghar, olhos azuis tão intensos, azuis como o céu nos dias floridos de primavera, seu coração se enche de calor ao sentir aqueles olhos que a observam. Cheiro de lírio enche o ar. 

Durante todo o dia, elfos da lua e do sol cantaram e dançaram esperando ansiosos o anoitecer para observar a Lua e absorver um pouco de suas energias para a prosperidade do próximo ano. 

Era possível observar que de tempos em tempos os olhos de Elanor e Aeghar recaiam um sobre o outro, porém nenhum dos dois tinha a coragem de se aproximar. 

Ao entardecer, todos tomaram os seus lugares. O céu azul é coberto pelo rosa alaranjado que logo é substituído pelo enegrecido azul noturno. As estrelas começam a brilhar aos poucos impacientes e ao mesmo tempo preguiçosas, logo nota-se milhares e milhares e, lá está ela, a Lua, imponente, enorme e brilhante.

Todos silenciosamente a referenciam e começam a tocar uma doce e melodiosa música em sua homenagem.

A sua cresce no céu, os elfos voltam cantar e dançar.

Aeghar se aproxima de Elanor e cochicha em seus ouvidos:

- Princesa, não posso deixar que a noite termine, a lua se esconda nos raios solares sem te dizer. Tens o mais belo olhar de todo o universo, as estrelas invejam o seu brilho. És abençoada com a cor vivida do sol em suas madeixas e a sua pele é como uma pétala preciosa. Sua presença encheu o meu peito de alegria e meu coração dá pulos incontroláveis quando te vê.

Elanor se enrubesce. Mas sob os olhares rígidos de Loinir, deixa Aeghar e volta a contemplar a Lua, dessa vez bem próxima de sua mãe Nera. 

A princesa guarda em sua mente e no seu coração as doces palavras de Aeghar, e no dia seguinte saí para uma caminhada no bosque próximo ao castelo. 

Ao receber a solicitação de passeio da princesa, o Senhor Loinir sugere que um guarda a acompanhe, e de prontidão Aeghar se oferece para acompanhá-la.

Durante a caminhada Aeghar mantém uma distância respeitosa, e nem Elanor ou mesmo Aeghar falam uma só palavra no trajeto. 

Aeghar conhece o bosque, mais que qualquer guarda, ou mesmo o rei. Por isso ele leva Elanor em lugares em que as arvores são mais bonitas e as flores são mais cheirosas.

Depois de muito tempo caminhando, Aeghar nota algo diferente no bosque, algo que nunca havia visto, mesmo caminhando todos os dias de sua vida, nunca virá nada nem parecido.

Entre duas árvores muito antigas, uma sombra enche o ar. No meio da sombra uma escada e em cada lado da escada, dois que parecem ser gatos sentados. Mas esses gatos tem o aspecto de pedra, porém facilmente se camuflam no meio das folhas, como se mudassem de cor dependendo do ângulo que se olha, os gatos não se movimentam, não piscam, apenas observam com olhos muito vividos. 

Aeghar fica paralisado olhando para aquele estranho lugar e quando se dá conta, a princesa hipnotizada se aproxima da escada. O elfo percebe bem a tempo de impedir a princesa de entrar, mas acaba tropeçando e cai escada abaixo.

Quando Aeghar entra, a escada desaparece junto com os gatos, a sombra vai embora e o sol brilha novamente.

Elanor saí do transe e se desespera ao se dar conta do ocorrido. Volta correndo para o castelo e conta o que houve.

Buscas foram realizadas, mas ninguém encontrou sequer algo parecido com o relatado pela princesa, apenas o velho e normal bosque florido de sempre.


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Eryn percebe ao final da história que os olhos de sua avó se encheram de lágrimas, a dor que Althaea sente é tão forte que até Eryn se emociona.

Com a voz embargada pela emoção, Althaea complementa, ela nunca mais o viu, ninguém nunca mais o viu. Elanor era a sua trisavó, ela viveu com o sentimento da culpa, pois não devia ter dado atenção àquela voz que a chamava na escuridão. 

Eryn rapidamente trás uma xícara de chá de frutas vermelhas e fala:

- Tome vovó! Um chá de frutas vermelhas é o melhor remédio para qualquer tristeza.

A avó sorri, abre uma pequena caixa e entrega um biscoito para Eryn.

- Não, somente o chá não é suficiente, precisa estar acompanhado de biscoitos.